Na breve arquitectura de um soneto
Na breve arquitectura de um soneto,
em seus catorze versos de harmonia,
tentava ela celebrar um preto
que lhe enchia as noites de alegria.
No rosto começou. Em quatro estrofes
os beiços lhe cantou e o vasto peito,
sereno espelho de ébano perfeito,
mar embalado na maré dos bofes.
Passou depois às coxas e joelhos,
cantou-lhe o negro aço dos pintelhos
e ia já no mastro duro e liso
quando notou que fechar num terceto
quase dois palmos de caralho preto
era coisa de quem não tem juízo.
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