Padre Braz da Costa de Mendonça
|
é
|
Adeus Senhora que eu parto
Glosa
Nize, ouço as tuas razões,
Porém, não sei que te diga
Entra a doer-me a barriga
Temo cagar os calções.
Procurarei ocasiões
Em que não venha de parto;
Perdoa se assim me aparto,
Mais não posso demorar-me;
Ai, ai, ai que entro a alagar-me,
Adeus, Senhora que eu parto.
2.
Mas se hei-de ir por mim cagando,
ou tendo dores a fio,
Vou aqui ao teu bacio,
Tu vai daqui conversando:
Deixa-me ir espeidorrando,
Que a merda já vem atrás;
Caga tu, Nize, e verás
O cagar que gosto tem,
Porque, em tu cagando bem,
Descançada ficarás
3.
Conversemos. Sem razão
Maltratas a quem te adora;
Lá vão dois peidos agora,
Lá vai mais um cagalhão.
Que grande consolação
É esta de despejar!
Em casa é bom; mas ao ar
é melhor; mas toma tento,
Põe tu, Nize, o cu ao vento,
Se algum dia te lembrar.
4.
Por ora tenho cagado,
Mas fico em desconfiança
Que esta contínua cagança
Mate teu rigor cansado.
Mas se o que até aqui hei cagado
Nenhum abalo em ti faz,
As tripas cagar verás,
Cagar a alma, e o teu amor,
A ver se, por tal fedor,
Compaixão de mim terás.
ç
|
Use as setas para folhear as páginas
|
è
|