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Canção primaveril
 
Anda no ar a excitaçãode seios subito exibidos
 à torva luz de um alçapão,
 por onde os corpos rolarão,
 mordidos!
 
 Ou é um deus, oi foi a Morte
 que nos vestiu este torpor;
 e a Primavera é um chicote,
 abrindo as veias e o decote
 ao meu amor!
 
 Esqueço que os dedos têm ossos:
 é só de sangue esta caricia;
 apenas nervos os pescoços...
 Mas nos teus olhos, nos meus olhos,
 a luz da morte brilha.
 
 
 
 
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