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	| Carlos Alberto Pessoa Rosa | é 
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Tempos
 
hastes esguiaslançam roxos sobre
 a primavera
 pedestres caminham
 nas nuvens
 homens anseiam alturas
 verticalizam
 
 tempos de consumo
 descrenças
 de prédios sem janelas
 de deuses perdidos
 na história
 de casebres sem luzes
 nas varandas
 
 ruas vermelhas
 não cabem em telas
 soterradas
 sementes aguardam o momento
 para reflorestar
 
 vôo branco
 na distância
 transparência de mar
 o verde desce
 debruçado
 sobre um rio
 
 a contra-mão da vida
 sinalizada
 por uma bandeira vermelha
 tempos de secas
 e pragas
 de argamassa em paliçada
 corredeiras a nos escorrer
 por labirintos
 
 sinto cheiros
 um perfume conhecido
 exala de seu corpo adormecido:
 tempos de amor
 
 
 
 
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