Corponauta
 
Como se tuas mãos não fossem duas 
E o meu corpo apenas o universo 
Nos teus olhos flutuam outras luas 
E a tua pele permeia os meus versos 
 
Fosse a tua bunda o meu descanso 
E o meu falo te servisse de guarida 
O guerreiro, de voraz, iria manso 
Se renderia, entregaria a própria vida 
 
Que se espera, então, de fêmea e macho 
Senão o orgasmo profundo e infiel 
De amar mais o outro que a si? 
 
Se entre tuas coxas eu me encaixo 
É o teu gozo, purgatório, inferno e céu 
Imortalidade que podemos possuir 
 
  
	
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