Aquela
 
Minha amada é de carne, de pele e pêlo. 
Ora é negra, ora é loura, ora é vermelha. 
Minha amada é três. É trinta e três. 
Minha amada é lisa, é crespa, é salgada, é doce. 
 
Ela é flor, é fruto, é folha, é tronco. 
Também é pão, é sal e manga-rosa. 
Minha amada é cidade de ruas e pontes. 
É jardim de arrancar flores pelo talo. 
 
Ela é boazuda e é bela como uma fera. 
Minha amada é lúbrica, é casta, é catinguenta. 
Minha amada tem bocas e bocas de sorver, 
de sugar, de espremer, de comer. 
 
Minha amada é funda, latifúndia. 
Minha amada é ela, aquela que não vem. 
Ainda não veio, nunca veio, ainda não. 
Mas virá, ora se virá. A diaba me virá. 
 
  
	
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